Uma Visão Freudiana sobre a Homossexualidade
Carta de Sigmund Freud escrita em 1936, em resposta a um pedido de uma mãe pelo tratamento da homossexualidade de seu filho adolescente
a-feira, 28 de junh
A carta a seguir foi escrita por Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, à mãe de um paciente homossexual. Naquela época, em 1936, há 77 anos, Freud já afirmava aspectos sobre a homossexualidade como, por exemplo, que esta não é uma doença. Vale a pena conferir!
"Prezada Senhora,
Deduzo de sua carta que seu filho é homossexual. Estou especialmente impressionado com o fato da senhora não ter mencionado este termo no seu relato sobre seu filho. Posso perguntar-lhe porque o evitou? A homossexualidade seguramente não é uma vantagem, mas não é nada vergonhoso, não é um vício, não é uma degradação, não pode ser classificada como uma doença; nós a consideramos uma variação da função sexual produzida por um certo bloqueio no desenvolvimento sexual.
Muitos indivíduos altamente respeitáveis na antiguidade e também nos dias de hoje, foram homossexuais, muitos homens notáveis de sua época (Platão, Michelangelo, Leonardo da Vinci). É uma grande injustiça e crueldade a perseguição da homossexualidade como um crime. Se você não acredita em mim, leia os livros de Hamelock Ellis.
Ao perguntar-me se eu poderia ajudar, suponho que você quer saber se posso abolir a homossexualidade e colocar a heterossexualidade normal em seu lugar. A resposta é que, de uma maneira geral, não podemos prometer conseguir isto. Em certos casos temos sucesso em desenvolver as incipientes tendências heterossexuais que estão presentes em todos os homossexuais, mas na maior parte dos casos isto não é mais possível. Depende das características e idade do indivíduo. O resultado do tratamento não pode ser previsto.
O que a análise pode fazer por ser filho segue em outra direção. Se ele é infeliz, neurótico, toturado por conflitos, inibido em sua vida social, a análise pode lhe trazer harmonia, paz de espírito, completo desenvolvimento de suas potencialidades, continue ou não homossexual.
Se você decidir que ele deve fazer análise comigo - e eu não espero que isto aconteça - ele deverá vir à Viena. Não tenho intenção de mudar-me. De qualquer forma, não deixe de me responder.
Sinceramente,
Desejo-lhe boa sorte.
Freud."
Esta carta está contida no livro "Vida e obra de Sigmund Freud" de Ernest Jones. Rio de Janeiro, Zahar, 1979, pp. 738-739.
Postagem realizada pela Psicóloga Ms. Anna Thereza Carneiro Pinto Abdala - CRP:04/33961
Integrante do corpo clínico da Clínica PsicoVida
Atende crianças, adolescentes e adultos em Psicoterapia Psicanalítica
Membro e Psicoterapeuta do Centro de Estudos e Eventos Psicanalíticos de Uberlândia (CEEPU)
colaboração de célia regina
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