A CADA GERAÇÃO OS PAIS DEVEM SE RECICLAR
Wilson Focássio
Kalil Gibran
Temos assistido ao longo das décadas mudanças significativas no comportamento do ser humano, mais especificamente entre os jovens. A tecnologia da ciência, a televisão e o currículo escolar, alteraram o itinerário da evolução que, de há muito, era mais ou menos regular entre os povos. A comunicação gerou alterações comportamentais incomparáveis. Considerando que cada criança que nasce faz parte de um programa espiritual para aquela família, deduz-se que cabe aos pais um perfeito acompanhamento do desenvolvimento dessa criança, incluindo-se ai os aspectos morais, intelectuais, sociais, etc.
Como poder entender as mudanças se os pais não mudam? Bem, ai está o grande problema. A cada geração os pais devem se reciclar. Somente assim poderão acompanhar e dar assistência aos filhos que a eles foram confiados.
Em um comboio, se os vagões forem de última geração e a locomotiva for a vapor, com certeza essa viagem resultará em surpresa, às vezes até desagradáveis. Por isso os pais devem se ajustar ao modernismo, e, através de suas experiências, colaborarem com os filhos a fim de que esses cresçam com estrutura sadia, sem tropeços ou desajustes. No passado, quando as informações eram escassas, os pais, embasados na cultura religiosa, colocavam “cabrestos” nos filhos e os educavam por uma linha da ignorância. Essa “ignorância” também habitava nos pais. Isso leva a dizer que faziam as coisas como se fossem absolutamente certas. Mas, nem tudo era certo. Os tabus gerados nesses períodos encheram os sanatórios de pessoas desajustadas, cheias de culpas, complexos e alta estima baixa.
Hoje, as crianças são outras, extremamente inteligentes, mais informadas, mais esclarecidas, mais dispostas à evolução, mais perspicazes, mais violentas e também, mais amorosas. É difícil dividirmos as pessoas por faixa etária, mas é fácil destacarmos épocas. Há duas gerações anteriores a esta que vivenciamos em (2007), o comportamento era um. Na última, o comportamento era outro e, agora, neste momento, tudo é diferente.
Ao lado do crescimento tecnológico, onde a criança se desenvolve para a sabedoria, temos a miséria que faz com que outras crianças amarguem a rua, a fome, a prostituição, o abandono, o desprezo. Como o pai de uma criança viverá quando sentir que se filho esta em condições piores do que ele esteve? Esse pai precisa se reciclar. Como o pai da classe média poderá vivenciar o filho cheio de liberdades e com comportamento que não deve? Esse pai precisa da reciclagem.
O que é reciclar?
Reestudar os comportamentos estruturais concebidos ao longo da existência, compará-los com aquilo que a época exige e, dentro do possível, adaptar-se, sem, contudo, perder a essência ética e moral. Pais e filhos devem andar nas mesmas calçadas. A separação do filho por imposição social ou cultural, poderá resultar em graves problemas. Os filhos não são propriedades dos pais, mas a esses cabe orientá-los, entende-los aceitá-los e caminhar com eles. Esse é o desafio moderno.
“Pai é pai, não importa quão severo pode ser um pai quando julga seu filho. Nunca será tão duro como quando um filho julga seu pai”.
Wilson Focassio (São José do Rio Preto/SP)
Um dos Fundadores da Aliança Espírita Evangélica, 30 anos como voluntário do C.V.V. Centro de Valorização da Vida. Fundador e Diretor do D.E.D.E.R. Centro de Estudos e Difusão do Espiritismo Religioso - C.E.D.E.R.
w.focassio@hotmail.com
colaboração de ceres
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