Acredito que todos já presenciaram algum episódio do que chamo de “agressividade virtual”. Isto acontece quando alguém exprime alguma opinião na internet, em especial nas redes sociais, e muitos outros se unem para contrariar o que a pessoa propôs, em caráter extremado de humilhação e retaliação.
A pessoa pode ter defendido uma opinião plausível ou realmente questionável; pode ter tecido comentários sobre algo simples ou complexo; ter se pronunciado sobre algo banal ou de cunho ideológico. Todas as situações, entretanto, compartilham de uma mesma semelhança: o que foi dito não justifica a magnitude da represália recebida.
Tal represália caracteriza-se pela agressividade desmedida, pelo sarcasmo cruel, destrato maldoso e arrogância desnecessária. Várias pessoas – desconhecidos, inclusive - se juntam, unidos por uma agressividade primitiva, com um único objetivo: atacar, crucificar, retaliar de forma descomedida alguém que pense diferente.
As pessoas se sentem confortáveis para degladiar outras pela simples proteção de uma tela de computador. Nem mesmo as redes sociais, onde é cada vez menos possível permanecer anônimo – as quais nos informam quantos amigos temos em comum com tal pessoa, que revelam nossos nomes e fotos, onde trabalhamos e como passamos nosso tempo livre –, são capazes de segurar a máscara que diferencia nossas atitudes dentro e fora do mundo virtual.
O – pouco – anonimato que a internet provê é suficiente para aflorar uma agressividade incomensurável, um ódio primitivo, um desejo sangrento de promover a discórdia e a vontade de “ver o circo pegar fogo”. A questão é: as pessoas não se transformam; elas são aquilo.
Fonte: Internet
Essa condição, analogamente, se estende ao mundo “real”. As pessoas que se envolvem em tais discussões virtuais extremadas são as mesmas que mostram o dedo do meio quando recebem uma buzinada, mesmo quando estavam de fato erradas; que descem do carro prontas para brigar pois levaram uma singela “fechada” no trânsito; ou aquelas que, brutalmente enraivecidas, xingam o atendente do caixa apenas porque receberam o troco errado.
Quando presenciamos algum destes episódios, nos inquietamos com as reações desproporcionalmente agressivas e violentas dos envolvidos, e agradecemos por não convivermos com pessoas assim em nosso dia-a-dia. O intrigante, contudo, é o fato de que esses protagonistas são as pessoas com quem nos esbarramos, com quem dividimos o elevador, com quem compartilhamos a fila do supermercado, e em quem damos tapinha nas costas. É o colega de turma, o morador ao lado, o parente, o amigo. Ou, no pior dos casos, é aquele que o espelho reflete à nossa frente...
Fonte: Internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário