Autismo
O autismo é uma desordem do desenvolvimento do funcionamento cerebral relativamente frequente, acometendo dois a cinco indivíduos em cada dez mil. O quadro clínico é marcado por um comprometimento grave de interação social e da linguagem verbal e não verbal, além de um estreitamento do espéctro de interesses e atividades, iniciando antes dos três anos de vida. O retardo mental, embora frequente, não é um aspecto obrigatório, havendo indivíduos que revelam capacidade prodigiosa para funções como memorização, cálculos e música, a despeito de conservarem suas características autisticas.
(Esclarecimentos do Dr. Jano Alves de Souza)
O autismo na visão espírita
O consagrado escritor espírita Hermínio Miranda reúne em sua magistral obra Autismo-uma leitura espiritual, difrentes e exelentes pesquisas de famosos especialistas acerca do assunto, comentando-as e apresentando, inclusive, depoimentos de pessoas autistas e, por sua vez, trazendo a abordagem espiritaual desse transtorno. Essa obra é leitura obrigatória para aqueles que desejam inteirar-se a respeito do tema.
Ao narrar casos de autistas, cita, dentre outros o de Temple Grandin, uma das mais notáveis autistas de que se tem conhecimento.
A própria Temple descreve a sua condição de autista em seu primeiro livro, escrito em parceria com Margareth M. Scariano, e que, segundo Hermínio, é um dramático e comovente depoimento.
A despeito de sua condição, Temple conquistou um PhD em ciência animal, leciona na Colorado State University e se tornou uma empresária muito bem sucedida: um terço de todas as instalações da poderosa indústria da carne nos Estados Unidos foi projetado por ela.
Relatando o seu caso pessoal, Temple Grandin assinala que o notável educador William Carlock(de Berry Creek, California) é um dos responsáveis pelo seu êxito em canalizar as fixações autistas para projetos construtivos. Ela enfatiza que Carlock "não tentou arrastar-me para o mundo dele, mas, em vez disso, veio para o meu mundo".
Temple considera a si própria como uma evidência de que "certas características do autismo podem ser modificadas e controladas". Explica que é possível alcançar um nível razoável de funcionamento nas "crianças autistas que adquirirem significativa destreza verbal antes dos cinco anos de idade".
Ao enfocar o aspecto espiritual, Hermínio Miranda cita que a doutora Helen Wambach admite conotações cármicas no autismo e "sugeriu, na década de 1970, que o autismo poderia sinalizar uma rejeição à reencarnação, ou seja, uma nova existência terrena".
Comentando a interface espiritual do autismo, Hermínio discorre sobre o espírito, o perispírito, mente, a realidade espiritual, encaminhando o leitor para a lógica argumentação do espiritismo.
Ao apresentar suas conclusões, o autor ressalta:
Estou convencido de que avanços mais significativos na melhor definição da etiologia do autismo continuem na dependência da aceitação do ser humano como entidade espiritual preexistente, sobrevivente e reencarnante, Essa realidade constitui, a meu ver, um conjunto inseparável de fenômenos e conceitos insuscetíveis de utilização isolada. Ela precisa ser aceita em bloco, sem mutilações. Isso não significa que a ciência deva adotar conceitos teológicos. E nem precisa fazê-lo, ainda que isto seja desejável. Que trabalhe apenas com as evidências que, certamente encontrará.
Em outro aspecto da conclusão menciona:
Há que se considerar, ainda, o problema ainda não examinado, de um componente mediúnico no autista, ou seja, a existência nele ou nela de faculdades extrassensoriais. Destaco esse aspecto para item especial porque sua abordagem implica adoção, muito mais traumática para o ambiente científico, da realidade espiritual, que tem sido sistematicamente ignorada.
Apraz-nos citar agora a palavra de Chico Xavier sobre o autismo.
Conta o escritor Carlos Baccelli, que, num sábado de 1981, no Grupo Espírita da Prece, aproximando-se do Chico um casal, o pai levando nos braços uma criança de um ano e meio de idade, acompanhados por conhecido médico espírita de Uberaba. Este, adiantando-se, explicou o caso ao médium: a criança, desde o nascimento, sofria de convulsões, tendo que ficar sob o controle de medicamentos, o que a fazia permanecer dormindo a maior parte do tempo e por consequência ela mal engatinhava e não falava.
Chico perguntou ao médico qual era o seu diagnóstico, sendo informado que ele considerava ser um caso de autismo. Chico apoiou, dizendo ser acertada a conclusão e após conversaremo um pouco a respeito da medicação, o médium recomendou o tratamento de passes, que muito atenuariam o caso e ali mesmo orou em favor do pequeno enfermo,
Os pais retiraram-se reconfortados. Chico, voltando-se para o médico e outros companheiros presentes, passou a tecer explicações em torno do autismo. Vejamos como ele ensina:
"O autismo é um caso muito sério, podendo ser considerado uma verdadeira calamidade. Tanto envolve crianças quanto adultos...Os médiuns também, por vezes, principalmente os solteiros, sofrem desse mal, pois vivem sintonizados com o mundo espiritual, desinteressando-se da Terra.
É preciso que alguma coisa nos prenda no mundo, senão perdemos a vontade de permanecer no corpo...
Vejam bem: o que é que me interessa na Terra? A não ser a terefa mediúnica, nada mais. Dinheiro, eu só quero o necessário para sobreviver; casa, eu não tenho o que fazer com mais de uma...Então eu procuro me interessar pelos meus gatos e cachorros. Quando um adoece ou morre eu choro muito, porque se eu não me ligar em alguma coisa eu deixo vocês...
Ele ainda considerou que:
muitos casos de suicídio têm suas raízes no autismo, porque a pessoa vai perdendo o interesse pela vida e inconscientemente deseja retornar à pátria espiritual, e, para libertar-se do corpo, que considera uma verdadeira prisão, força as portas de saída.
E o Chico falou ao médico:
É preciso que os pais dessa criança conversem muito com ela, principalmente a mãe. É necessário chamar o espírito para o corpo. Se não agirmos assim, muitos espíritos não permanecerão na carne, porque a reencarnação para eles é muito dolorosa.
Concluindo Baccelli diz:
O Espírito daquela criança sacudia o corpo na ânsia de libertar-se.
Sem dúvida, era preciso convencer o Espírito a ficar. Tentar dizer que a Terra não é tão cruel assim. Que precisamos trabalhar pela melhoria do homem.
A respeito do autismo, encontramos preciosa elucidação do instrutor espiritual Manoel Philomeno de Miranda, na obra Loucura e Obsessão, que ao narrar o caso de Anderson classifica-o como fenômeno auto-obsessivo, cujas características são bem marcantes.
Ele menciona que Anderson padecia de autismo grave e bem avançado e que mereceu atenção e cuidados do Dr. Bezerra de Menezes. Este esclarece os motivos que levaram o enfermo a tal situação, enfatizando ser um processo de autopunição decorrente de crimes perpetrados em existência anterior.
(Texto retirado do livro Transtornos Mentais de Suely Schubert)
Colaboração de Célia Regina
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