Amélia Rodrigues
Em face das complexas mudanças ocorridas na sociedade contemporânea, a maternidade, com algumas exceções, vem sendo relegada a plano secundário, sendo, cada dia, mais indesejada, por grande número de mulheres interessadas nos prazeres mundanos, ao invés do interesse pela busca saudável da santificação da existência.
A maternidade constitui bênção de incomparável significado, por facultar à mulher ser co-criadora com Deus,
Oferecer-se ao ministério de procriar com amor e ternura, representa uma conquista moral das mais grandiosas a que pode aspirar o ser humano.
Certamente, são incontáveis os casos de concepção automática, sem a compreensão real da gravidade de que se reveste o ensejo de ser-se pai ou mãe.
Nada obstante, não são poucos os exemplos de abnegação e de enobrecimento que se expressam, nessas ocorrências inesperadas, que tornam as mães verdadeiras estrelas que iluminam o escuro zimbório da noite humana, diminuindo-lhe as sombras densas da ignorância e da crueldade.
A planificação familiar adquirida a duras penas, essa nobre conquista da evolução científica, ao permitir que se tenha a prole que se deseja e se pode educar, enseja excelentes oportunidades para a edificação da família, embora o ideal seja a espontaneidade da fecundação, naturalmente obedecendo-se aos elevados padrões de higiene sexual e de dignificação da mulher.
Postergar-se, no entanto, a oportunidade da concepção para quando as circunstâncias sejam favoráveis, no que se referem às questões financeiras, de trabalho, de segurança, pode gerar situações difíceis de contornadas, quando chegar o momento em que tudo parece contribuir para que se realize a aspiração.
A bênção de um filhinho, mesmo quando apresenta limites ou deficiências, é graça concedida pelo Céu para o engrandecimento do lar, por constituir instrumento de resgate de débitos passados e oportunidade de desenvolvimento dos valores morais de todo o grupo.
Os filhos saudáveis, portadores de inteligência e lucidez, não estão indenes a ocorrências que lhes surjam pelo caminho, convidando-os aos necessários sofrimentos reparadores através das enfermidades graves e tormentosas.
Por isso, a confiança irrestrita em Deus deve constituir requisito fundamental para o êxito materno, porquanto os impositivos em torno do futuro, por mais cuidados se tenham, são sempre imprevisíveis.
Nesse sentido, é sempre o amor que resolve as dificuldades que se apresentam em relação à família.
Quando os parceiros se identificam através dos elevados sentimentos de amor, enfrentam quaisquer situações juntos, e encorajando-se reciprocamente, superam os desafios que mais os dignificam.
Ocorre que o sexo em predominância no comportamento humano da atualidade, vem descaracterizando o elevado sentido do amor, numa fuga psicológica inquietante, que leva à coabitação mais por imediatismo de prazer do que por emoções plenificadoras.
Disso resultam as múltiplas experiências sexuais frustrantes, porque destituídas de profundo respeito e carinho, deixando ressaibos de amargura e ânsias de repetições trabalhadas pela fantasia, quando não por alucinações defluentes dos impulsos inferiores.
Desfilam então, os grupos sociais em depressões ou fanfarras atordoantes, de modo que o raciocínio fica impossibilitado de despertar a consciência do ópio da ilusão.
Inevitavelmente, nessas circunstâncias, o filho é indesejado, considerado um problema, uma carga difícil de ser conduzida, especialmente quando a mulher vê-se abandonada, sem os recursos hábeis para a própria e a subsistência do rebento.
Essa conduta leviana e injusta do homem, que somente pensa em desfrutar, caracteriza-lhe a permanência em fase primária do pensamento moral, tornando-se-lhe hoje ou mais tarde razão de desgraça espiritual.
Como efeito, a maternidade amplia-se no meio de jovens totalmente despreparadas para o elevado mister, que se deixaram seduzir pelas mentiras da mídia, e atiraram-se com antecipação nos jogos do sexo, gerando filhos que não podem cuidar, conduzidas prematuramente à prostituição e ao vício.
Quando as sociedades humanas forem mais justas e dignas, de cedo a educação sexual fará parte dos seus programas, orientando os jovens em torno dos sentimentos e das paixões, de forma que, somente após alcançarem o discernimento e a responsabilidade, se permitirão as uniões que se farão demoradas e conscientes.
Neste momento de trânsito moral do planeta, no entanto, os disparates afetivos, as injunções enganosas, as ambições desvairadas, tomam conta de quase toda a sociedade, dando lugar aos distúrbios de variada ordem que a afligem como látego de correção...
A maternidade consciente e responsável de hoje será o instrumento de que se utilizará a Divindade para a construção da humanidade futura, quando espíritos nobres se reencarnarão para produzir as mudanças inevitáveis do mundo de sofrimentos em que se encontra para planeta de paz e de plenitude que será.
Às mães especialmente, pelo fato de mais conviverem com os filhinhos, cabe a grande tarefa de construir o mundo novo, rico de ternura e de amor, de conhecimento e de beleza, que os seus sentimentos superiores podem oferecer a todo instante, inaugurando a era de felicidade que todos desejam.
Recorde-se, nesse aspecto, a figura exponencial da mulher de Nazaré, que ao receber o filhinho no seio generoso, jamais imaginou que se tratava do Rei Solar, encarregado por Deus para iluminar a Terra para todo o sempre. Seu desvelo, seus cuidados e devotamentos, trabalharam-lhe a infância feliz para a gloriosa missão de amor que veio realizar no mundo.
Ela tornou-se, então, a Mãe Santíssima da humanidade, sem nunca haver esperado que isso acontecesse.
Em sua homenagem, o desvelo materno em todos os tempos, transformou-se em amor que se santifica, por ser doado em favor da sociedade do futuro, através do filho do presente que Deus proporciona ao seu coração.
(mensagem copiada e colada do blog escolinhaespirita.blogspot)
Colaboração de Célia Regina
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