segunda-feira, 23 de junho de 2014

A MORTE NÃO SEPARA




Nossos olhos não foram feitos para chorar, mas para ver.
Nosso coração não foi feito para sofrer, mas para crer.
A fé numa outra existência nasce da faculdade de amar.
Não esqueçamos: nesta vida inquieta e apaziguada pelo amor, é o coração quem crê.
Amar é viver além da vida. Sem esta fé, nenhum dom perfeito do coração seria possível; amar, que é o objetivo do homem, seria o seu suplício. O paraíso seria o inferno.
Não! Digamos bem alto. A criatura que ama exige a criatura imortal.
O coração necessita da alma.
Para onde foi quem acaba de partir? Para a sombra? Não. Nós é que estamos na sombra.
Quem foi está na aurora, na glória, na verdade, na realidade, na recompensa.
Não julgueis abandonado pelo ente querido que viste desaparecer na tumba.   
Ele está ao vosso lado mais do que nunca.
A beleza da morte é a presença inexprimível das almas amadas, sorrindo aos nossos olhos em lágrimas.
O ser chorado desapareceu, mas não partiu. Não mais percebemos seu rosto suave...
Os mortos são invisíveis, mas não estão ausentes.
É um erro acreditar que tudo se perde na obscuridade.

                                  Leon Denis

(Texto retirado da Revista Espírita, Allan Kardec, de l865)     







                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Mensagem de Luz




                      Tem Pão Velho?


Vou contar um fato corriqueiro que, inesperadamente, me trouxe uma grande lição de vida. 
Era um fim de tarde de sábado. Eu estava molhando o jardim da minha casa, quando fui interpelada por um garotinho com pouco mais de 9 anos, dizendo: 
- Dona, tem pão velho? 
Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou desde criança. 
Olhei para aquele menino tão nostálgico e perguntei: 
- Onde você mora? 
- Depois do zoológico. 
- Bem longe, hein? 
- É... mas eu tenho que pedir as coisas para comer. 
- Você está na escola? 
- Não. Minha mãe não pode comprar material. 
- Seu pai mora com vocês? 
- Ele sumiu. 
E o papo prosseguiu, até que disse: 
- Vou buscar o pão. Serve pão novo? 
- Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, isso é suficiente. 
Esta resposta caiu em mim como um raio. Tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e a falta de amor daquela criança, daquele menino de apenas 9 anos, já sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola e tão necessitado de um papo, de uma conversa amiga. 
Caros amigos, quantas lições podemos tirar desta resposta: 
"Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, isso é suficiente!" 
Que poder mágico tem o gesto de falar e ouvir com amor! 
Alguns anos já se passaram e continuam pedindo "pão velho" na minha casa... 
e eu dando "pão novo", mas procurando antes compartilhar o pão das pequenas conversas, o pão dos gestos que
acolhem e promovem. 
Este pão de amor não fica velho, porque é fabricado no coração de quem acredita Naquele que disse: 
"Eu sou o pão da vida!"
Verifique quantas pessoas talvez estejam esperando uma só palavra sua.
Tem pão velho?

(Extraído do site Mensagem Espírita)














Colaboração de Célia Regina 




sábado, 14 de junho de 2014

SOBRE O PERDÃO





IMAGINE

Imagine se Jesus tivesse dito para Maria Madalena: “Você pecou, mulher, não há salvação”; e para o cego Bartimeu: “Você não é cego por acaso, você é um pecador e para você não há cura.” E se tivesse dito a Paulo quando ainda era Saulo de Tarso – “Ora Saulo, você me persegue!”. A humanidade terrestre, grande parte cristã, ainda não percebeu que aquele que nos bate à porta de casa, dos tribunais, dos hospitais, das escolas, necessita encontrar o sentimento cristão para acolher, porque o Cristo precisa de nós para se fazer presente. A Sua justiça é a justiça do recomeço, do renascimento, movida pelo sentimento do perdão, da benevolência. A sociedade se vinga dos malfeitores na ilusão de que isso modificará a sua índole, mas a justiça movida pelo ódio não garante a recuperação para aqueles que se transviaram. A Pena deve ser aplicada com vistas à reeducação do espírito. Reflitam e recebam, com imenso carinho, a mensagem que preparei para cada um de vocês. Humildade sempre: “É preciso que você diminua para que o Cristo apareça”.

Do amigo, Pedro de Camargo


(Mensagem do espírito Pedro de Camargo recebida através da psicofonia do médium Vinícius Trindade, durante Reunião de convívio espiritual da Fraternidade Espírita Irmão Glacus, em 17/12/2006)





Colaboração de Célia Regina

domingo, 1 de junho de 2014

BUSCANDO RESPOSTAS





Como funciona a Lei de Causa e Efeito, ou, Lei de Ação e Reação?


    
                    Lei de Causa e Efeito

1 – Ouve-se sempre o espírita falar em débito cármico, quando alguém passa por determinado sofrimento. O que é o carma?
A expressão não é espírita. Está no hinduísmo e no budismo. Define as conseqüências de nossas ações, boas ou más, que geram reações que nos atingem na mesma intensidade, nesta encarnação ou nas próximas.
2 – Mas é usada no Espiritismo...
É usada pelos espíritas. Não consta da Codificação. Mais correto falar em ação e reação ou causa e efeito. A diferença é que o carma costuma ter um sentido passivo. A pessoa deve sujeitar-se aos males que lhe são impostos, sem reagir, para fazer jus a algo melhor no futuro. A partir daí temos situações lamentáveis como o sistema de castas que vige na Índia, a consagrar a discriminação, principalmente dos párias, a casta inferior.
3 – O pária não está pagando dívidas?
Sendo a Terra um planeta de provas e expiações, habitada por Espíritos comprometidos com o egoísmo, podemos dizer que todos estamos em prova ou expiação, pobres e ricos, em qualquer segmento da sociedade. A condição social pode ser apenas uma contingência, como nascer numa favela, por falta de melhor localização. Não é pela vontade de Deus que surgem as favelas e as castas, mas pela incúria humana. Deus cria e sustenta a vida. A qualidade de vida é obra do homem.
4 – Se não é um carma, essa situação pode ser modificada?
É esse o ponto. Na lei do carma, a exclusão que caracteriza os párias é irremissível, algo a ser suportado pela vida toda. Sob o ponto de vista espírita, ainda que se trate de uma medida disciplinar envolvendo comprometimentos do passado, é passível de ser amenizada a partir da conscientização da sociedade e pelo esforço do pária em favor de sua própria renovação.
6 – Digamos que alguém tenha matado um desafeto, dando-lhe um tiro no peito. Numa existência futura não deveria morrer assim, também, para resgate de sua dívida?
Isso apenas perpetuaria o mal, porquanto alguém deveria fazê-lo, assumindo carma idêntico. Esse retorno implacável, na mesma proporção, evoca a pena de talião, o olho por olho, dente por dente, de Jeová, o sanguinário deus mosaico, substituído pelo Deus de amor e misericórdia, revelado por Jesus.
7 – E como fica o assassino?
Terá desajustes espirituais, decorrentes de seu ato criminoso, que tenderão a refletir-se em seus estados físicos e emocionais, na presente existência ou em futuras, originando males que lhe ensinarão a superar a agressividade. Paralelamente, será chamado ao compromisso de reajustar-se com sua vítima, compensando-a pelo mal que lhe fez.
8 – Todos estamos sujeitos a essas conseqüências?
Sim, mas o grau de comprometimento do criminoso dependerá de sua capacidade em distinguir o mal do bem, o certo do errado. Quanto maior o seu discernimento, maior a responsabilidade.

                           Richard Simonetti