sábado, 29 de setembro de 2012

CONVERSANDO COM OS MÉDIUNS

Muitas vezes o jovem chega à Casa Espírita, orientado por alguém que percebe seu drama e sabe que somente ali ele que vai encontrar as orientacões de que necessita. E lá ele ouve de alguém que sua mediunidade está aflorada... mas, o que é isto? Pois bem, para ajudá-lo a compreender esta questão, fomos buscar uma explicação postada por um companheiro de Doutrina no site www.bomespirito.com
Mediunidade Aflorada "Este termo normalmente quer dizer que a mediunidade de um indivíduo está desperta ou despertando; equivalendo dizer que a sensibilidade mediúnica daquela pessoa está em funcionamento e que sua mediunidade está sendo preparada pelos amigos espirituais ou que está mais sensível por conta de influencias constantes de sofredores espirituais, o que faz com que esta sensibilidade mediúnica apareça por conta do enfraquecimento do corpo físico. Algumas casas afirmam inclusive que as pessoas com "mediunidade aflorada" tem que trabalhar em sala mediúnica, o que eu discordo. Caso este seja um processo obsessivo este procedimento fará mais mal que bem; Em mediunidade é necessário muito cuidado com todos os aspectos que possam ser relevantes. As pessoas podem até vir a trabalhar em sala mediúnica sim, desde que desejem - sem o sentido da obrigação - e que se preparem para tanto através do estudo, oração e trabalho no bem - o que normalmente leva meses ou anos para que esteja pronto para adentrar uma sala mediúnica com segurança. O compromisso mediúnico deve sempre ser aceito com muita seriedade e segurança, pois necessita de uma renuncia e resignação muito grandes que algumas pessoas não estão dispostas ou disponíveis a realizar; entretanto estas mesmas pessoas podem praticar a sua mediunidade de forma indireta sendo os representantes de Deus na Terra através da caridade e do amor aos que mais necessitam - isto também é mediunidade em minha humilde opinião. Espero ter sido de alguma ajuda. Muita Paz!"

João Batista Sobrinho -


  Colaboração de Célia Regina

SENTINDO A POESIA






AMOR E PERDÃO                Maria Dolores

Madalena fora ao túmulo querido
Entre pedras de extremo desconforto...
Levava flores para o Mestre morto,
Tinha o peito magoado e enternecido.

O Sol reaparecia, resplendente,
A névoa da manhã fundia-se no ar,
Na dourada invasão das flamas do Nascente,
Maria estava ali, unicamente,
A fim de estar a sós, recolher-se e chorar.
A desfazer-se em pranto, ela argüía:
- “Por que, por que Senhor?
Tanta saudade e tanta dor?!...

Toda a felicidade que eu sentia
Jaz aqui sepultada...
Transformou-se-me a vida em sombra e nada
No ermo deste pouso derradeiro...”

Nisso, ela viu alguém... Seria um jardineiro?
Um zelador daquele campo santo?
Mas tomada de espanto,
Viu-se à frente do Mestre Nazareno,
O excelso benfeitor ressuscitado,
A envolver-lhe de paz o coração cansado...

Ela gritou: “Senhor!”
Ele disse: “Maria!”
Ela era a expressão da perfeita alegria,
Ele, o perfeito amor.
Madalena ajoelhou-se e quis beijar-lhe os pés...
- “Maria, por quem és” – explicou-se
“Não me toques, porquanto
não te esperava aqui neste recanto,
e ainda não fui ao Pai revestir-me de luz...”

Maria, surpreendida,
indagou em seguida:
- “Senhor, onde estiveste?
Em que jardim celeste
Encontraste o descanso necessário,
Que vem de Deus, nos dons da paz completa?
Perdoa-me, Senhor, a pergunta indiscreta,
Dói-me, porém, pensar na angústia do Calvário,
Revolto-me, padeço, mas não venço
A mágoa de lembrar-te o sacrifício imenso”

Mas Jesus respondeu:
- “Não, Maria, não fui ainda ao Alto,
Nem me elevei sequer um palmo à luz do firmamento,
Quem ama não consegue achar o Céu de um salto...
Ao invés de subir aos Altos Resplendores,
Desci, mas desci muito aos reinos inferiores...
Despertando no túmulo, escutei
Os gritos da aflição de alguém que muito amei
E que muito amo ainda...
Embora visse Além, a Luz sempre mais linda,
Sentia nesse alguém um amado companheiro,
Em crises de tristeza e de loucura...

Fui à sombra abismal para a grande procura
E ao reencontra-lo amargurado e louco,
A ponto de não mais me conhecer,
Demorei-me a afaga-lo e, pouco a pouco,
Consegui que ele, enfim, pudesse adormecer...”

- “Senhor” – interrogou a Madalena
“Quem é o amigo que te fez descer,
Antes de procurar a luz do Pai?”
Mas Jesus replicou, em voz clara e serena:
- “Maria,
um amigo não esquece a dor de outro amigo que cai...
Antes de me altear à Celeste Alegria,
Ao sol do mesmo amor a Deus, em que te enlevas,
Vali-me, após a cruz, das grandes horas mudas,
E desci para as trevas,
A fim de aliviar a imensa dor de Judas”.

Fonte: livro – “Coração e Vida” - Francisco Cândido Xavier


(Colaboração de Celia Regina)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

REFORMA ÍNTIMA




                                                Reforma Íntima em Seis Perguntas

1 - O que é Reforma Íntima?

A Reforma Íntima é um processo contínuo de autoconhecimento, de conhecimento de nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência evangélica em todos os sntidos de nossa existência. É a transformação do homem velho, carregado de erros e tendência seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinos do Divino Mestre, dentro e fora de si.

2 - Por que a Reforma Íntima?

Porque é o meio de nos libertarmos das imperfeições e de fazermos objetivamente o trabalho de burilamento dentro de nós, conduzindo-nos compativelmente com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do nosso espírito .

3 - Para que a Reforma Íntima?

Para transformar o homem e a partir dele, toda humanidade ainda tão distante das vivências evangélicas. Urge nos unirmos aos trabalhadores das  últimas horas, pelos nossos testemunhos, respodendo aos apelos do Plano Espíritual e integrando-nos na preparação cíclica do Terceiro Milênio.

4 - Onde fazer a Reforma Íntima?

Primeiramente dentro de nós mesmos, cujas  transformações se refletirão em todos os campos de nossa existência, no nosso relacionamento com familiares, colegas de trabalho, amigos e inimigos e, ainda, nos meios em que colaboramos desinteressadamente com serviços ao próximo.

5 - Quando fazer a Reforma Íntima?

O momento é agora e já; não há mais o que esperar. O tempo passa e todos os minutos são preciosos para as conquistas que precisamos fazer no nosso íntimo.

6 - Como fazer a Reforma Íntima?

Ao decidirmos iniciar o trabalho de melhorar a nós mesmos, um dos meios mais efetivos é o ingresso numa Escola de Aprendizes do Evangelho, numa Casa Espírita, cujo o objetivo central é exatamente esse. Com a orientação dos dirigentes, num regime disciplinar, apoiados pelo próprio grupo e pela cobertura do Plano Espiritual, conseguiremos vencer as naturais dificuldades de tão nobre empreendimento, e transpormos as nossas barreiras. Daí em diante o trabalho continua de modo progressivo, porém com mais entusiasmo e maior disposição. Mas, também, até sozinhos podemos fazer a nossa Reforma Íntima , desde que nos empenhemos com afinco e coragem, vivendo coerentemente com os ensinamentos de Jesus.


 (Lição 2 do livro "Manual Prático do Espírita" de Ney Prieto Peres)

colaboração de Célia Regina

domingo, 16 de setembro de 2012

ESCLARECENDO

Todo vício tem sua origem nas fraquezas que ainda carregamos dentro de nós. Para se obter a libertação tão desejada e planejada antes do retorno ao corpo físico, será necessário ter vontade firme e capacidade de sair de si mesmo, vislumbrando uma passagem luminosa, onde lá fora, o sol do entendimento haverá de nos clarear a mente e o coração. Deixemos então que o Sol da Doutrina Espírita, clareie o quarto escuro onde vive nosso ego... Veja o que nos diz Victor Hugo através da psicografia de Divaldo Franco:


                                                               O  Alcoolismo




Sem nos determos no exame dos fatores sócio-psicológicos causais do alcoolismo generalizado, de duas ordens são as engrenagens que o desencadeiam, - observado o problema do ponto de vista espiritual.
Antigos viciados e dependentes do álcool, em desencarnando não se liberam do hábito, antes sofrendo-lhe mais rude imposição.
Prosseguindo a vida, embora a ausência do corpo, os vícios continuam vigorosos, jungindo os que a eles se aferraram a uma necessidade enlouquecedora. Atônitos e sedentos, alcoólatras desencarnados se vinculam às mentes irresponsáveis, de que se utilizam para dar larga à continuação do falso prazer, empurrando-os, a pouco e pouco, do aperitivo tido como inocente ao lamentável estado de embriaguez.
Os que lhes caem nas malhas, tornam-se, por isso mesmo, verdadeiros recipientes por meio dos quais absorvem os vapores deletérios, caindo, também, em total desequilíbrio, até quando a morte advém à vítima, ou as Soberanas Leis os recambiam à matéria, que padecerá das dolorosas injunções constritoras que lhe impõe o corpo perispiritual...
Normalmente, quando reencarnados, os antigos viciados recomeçam a atividade mórbida, servindo, a seu turno, de instrumento do gozo infeliz, para os que se demoram na Erraticidade inferior...
Outras vezes, os adversários espirituais, na execução de uma programática de desforço pelo ódio, induzem os seus antigos desafetos à iniciação alcoólica, mediante pequenas doses, com as quais no transcurso do tempo os conduzem à obsessão, desorganizando-lhes a aparelhagem físio-psíquica e dominando-os totalmente.
No estado de alcoolismo faz-se muito difícil a recomposição do paciente, dele exigindo um esforço muito grande para a recuperação da sanidade.
Não se afastando a causa espiritual, torna-se menos provável a libertação, desde que, cessados os efeitos de quaisquer terapêuticas acadêmicas, a influência psíquica se manifesta, insidiosa, repetindo-se a lamentável façanha destruidora...
A obsessão, através do alcoolismo, é mais generalizada do que parece.
Num contexto social permissivo, o vício da ingestão de alcoólicos torna-se expressão de status, atestando a decadência de um período histórico que passa lento e doído.
Pelos idos de 1851, porque enxameassem os problemas derivados da alcoolofilia, Magno Huss realizou, por vez primeira, um estudo acurado da questão, promovendo um levantamento dos danos causados no indivíduo e alertando as autoridades para as conseqüências que produz na sociedade.
Os que tombam na urdidura alcoólica, justificam-lhe o estranho prazer, que de início lhes aguça a inteligência, faculta-lhes sensações agradáveis, liberando-os dos traumas e receios, sem se darem conta de que tal estado é fruto das excitações produzidas no aparelho circulatório, respiratório com elevação da temperatura para, logo mais produzir o nublar da lucidez, a alucinação, o desaparecimento do equilíbrio normal dos movimentos...
Inevitavelmente, o viciado sofre uma congestão cerebral intensa ou experimenta os dolorosos estados convulsivos, que se tornam perfeitos delírios epilépticos, dando margem a distúrbios outros: digestivos, circulatórios, nervosos que podem produzir lesões irreversíveis, graves.
A dependência e continuidade do vício conduz ao delirium tremens, resultante da cronicidade do alcoolismo, gerando psicoses, alucinações várias que culminam no suicídio, no homicídio, na loucura irrecuperável.
Mesmo em tal caso, a constrição obsessiva segue o seu curso lamentável, já que, não obstante destrambelhadas as aparelhagens do corpo, o espírito encarnado continua a ser dominado pelos seus algozes impenitentes em justas de difícil narração...
Além dos danos sociais que o alcoolismo produz, engendrando a perturbação da ordem, a incidência de crimes vários, a decadência econômica e moral, é enfermidade espiritual que o vero Cristianismo erradicará da Terra, quando a moral evangélica legítima substituir a débil moral social, conveniente e torpe.

Ao Espiritismo cumpre o dever de realizar a psicoterapia valiosa junto a tais enfermos e, principalmente, a medida preventiva pelos ensinos corretos de como viver-se em atitude consentânea com as diretrizes da Vida Maior.

Livro: Calvário de Libertação. Psicografia de Divaldo Franco



colaboração de Célia Regina

sábado, 15 de setembro de 2012

SENTINDO A POESIA

 
  
 
 
 
  

A  Procura 

 
Andei pelos caminhos da Vida.
Caminhei pelas ruas do Destino-
procurando meu signo.
Bati na porta da Fortuna,
mandou dizer que não estava.
Bati na porta da Fama,
falou que não podia atender.
Procurei a casa da Felicidade,
a vizinha da frente me informou
que ela tinha se mudado
sem deixar novo endereço.
Procurei a morada da Fortaleza.
Ela me fez entrar: deu-me veste nova,
perfumou-me os cabelos,
fez-me beber de seu vinho.
Acertei o meu caminho.
 
Cora Coralina
 
 
 
colaboração de Célia Regina
 
 
 
 
 
 
 

 
 

 
 

 
 
 

CIÊNCIA

                              Pesquisa Revela Eficácia do Passe


Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar.
O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela Igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o Espiritismo, que pratica o chamado “passe”.
Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp.
Segundo o cientista, durante seu mestrado foi investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos”, completou.
A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos. “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou.
As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas relacionados a ansiedade e depressão. “O interessante é que este tipo de imposição oferece a sensação de relaxamento e plenitude. E além de garantir mais energia e disposição”.
Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 ratos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress.
O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre do ano passado. Mas a Unifesp está prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do Reiki e práticas semelhantes a partir de abril deste ano!
Fonte: http://www.rac.com.br/projetos-rac/correio-escola/107097/2011/11/25
Postado por Miguel Galli às 23:36
Fonte: Monica Heymann Fedele 



colaboração de Célia Regina

 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

PENSE NISTO

 
                                                                     

Provérbio Indígena:

"Somente quando ver a última árvore derrubada, o último animal extinto e o último rio poluído, o homem verá que não se come dinheiro".


colaboração de Célia Regina

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA JUVENTUDE ESPÍRITA

 
 
   O jovem é o sucessor dos mais velhos, podendo muito bem estudar, divulgar, trabalhar e servir junto dos mais experientes, para aprender melhor e produzir mais.
          O moço doa sua parte de energia, entusiamo e ideal e recebe dos mais amadurecidos o conhecimento, a prudência e a experiência. Jovens sinceros, responsáveis e operosos, dentro das linhas da obediência, disciplina e respeito, fizeram aumentar a alegria, a simpatia e o dinamismo nas tarefas e confraternizações.
          Os Espíritos Superiores valorizam em muito a força espírita jovem. Diz o sábio espírito Emmanuel: "O moço poderá e fará muito, se o espírito envelhecido na experiência não o desamprar no trabalho."
          Os trabalhadores espíritas mais amadurecidos através dos anos nas atividades doutrinárias, não poderão, em circunstância alguma, esquecer-se de apoiar e conviver com os jovens - não para fiscalizar, impor ou proibir - mas, sim, para amar e estimular, ajudar e promover os corações iniciantes nos caminhos do Bem e da Verdade.
          A juventude necessita muito de orientação doutrinária e diração moral, que devem nascer invariavelmente da convivência fraterna, da amizade expontânea e da simpatia contagiante por parte dos mais velhos. Diz ainda Emmanuel: "Não podemos esquecer que essa fase da existência terrestre é a que apresenta maior número de necessidades no capítulo da direção."
          O ideal é que os jovens se misturem com os mais experientes nas atividades da casa espírita, para que possam atuar sempre acobertados pela luz do equilibrio e da prudência dos mais envelhecidos nas lides espíritas. Somente nas reuniões de juventude é que poderá predominar o sangue jovem, mesmo assim, indispensável haver por perto alguém mais velho que muito ame os jovens e que, por sua vez, seja muito amado por eles, a fim de ser o ponto de ligação fraterna e amiga entre a direção da instituição e a juventude.
          O jovem que começa bem mais cedo o seu esforço de conhecimento da Doutrina Espírita, sua transformação moral, no trabalho de amor desinteressado no bem do próximo, renova seu destino mais cedo, pois aproveita melhor o tempo da existência humana e adquire maiores valores de mérito e proteção espiritual, aliviando as dívidas cármicas e aprimorando-se mais rápido.
         
"Quem se aplica a servir, desde os anos da juventude, muito antes da velhice é servido pela vitória na madureza." - Andre Luiz 

(Trechos extraídos do livro "Aprendendo, Amando e Servindo" de Walter Barcelos/cap.XII)

colaboração de Célia Regina

 
 
         

domingo, 9 de setembro de 2012


DEPOIMENTO DA ATRIZ ANA ROSA SOBRE A DOR DA PERDA DE UMA FILHA

                                                   
DEPOIMENTO DA ATRIZ ANA ROSA SOBRE A DOR DA PERDA DE UMA FILHA


Algumas vezes eu representei cenas de perdas de entes queridos em novelas. No dia 17 de novembro de 1995, no velório de minha filha Ana Luisa, nascida em São Paulo no dia 10 de dezembro de 1976, eu não queria acreditar que estivesse vivendo aquilo de verdade.
No dia seguinte, saí para comprar alguns presentes de Natal. Afinal, meus outros seis filhos ainda estavam ali e precisavam da mãe. Mas eu parecia um zumbi. Numa loja, me senti mal. Tontura, fraqueza, parecia que meu peito iria explodir, que eu não iria agüentar tanta dor. Pedi à vendedora que me deixasse sentar um pouco. Eu estava quase sufocando, as lágrimas queriam saltar de meus olhos. Mas eu não queria chorar. Queria esconder minha dor, fazer de conta que aquilo não havia acontecido comigo. Bebi água, respirei fundo e saí ainda zonza.
Eu sempre acreditei que iria terminar de criar minha filha, como todos os outros. Que iria vê-la formar-se em veterinária. Vê-la casada, com filhos. Achava que teria sempre a Aninha ao meu lado. Um dia, ela me contou que quando era pequena e eu saía pra trabalhar, ela sentia medo de que eu não voltasse. Por isso ficava sempre na porta de casa me olhando até eu sumir de sua vista. Por isso vivia grudada em mim.
Imagino que ela já pressentia ainda criança, que iríamos nos separar cedo. Só que foi ela a ir embora. Foi ela que saiu e não voltou mais. Foi ela que me deixou com a sua saudade. Para amenizar a falta, o vazio que ela deixou, eu ficava horas revendo os vídeos mais recentes com suas imagens. Nossas viagens, festas de aniversários, a formatura da irmã, seu jeitinho lindo tão meu conhecido de sentir vergonha.
Ela com o primeiro e único namorado. O gesto característico de arrumar os cabelos. A sua primeira apresentação de piano. Nesse vídeo então, eu ficava namorando suas mãos de dedos longos e finos. Até hoje eu me lembro de cada detalhe das mãos da Aninha. Assim como me lembro de cada detalhe de seus pés, do seu rosto...
Dali pra frente, o que mais me chocava e surpreendia era que todo o resto do mundo continuava igual. Como se nada tivesse acontecido: o sol nascia e se punha todos os dias, as pessoas andavam pelas ruas. O mesmo movimento, barulho. O mundo continuava a girar. Tudo, tudo igual. Só na minha casa, na minha família, dentro de mim, é que nada mais voltaria a ser como antes. Faltava minha filha, Ana Luisa!
Eu passava, quase diariamente, nos lugares comuns: o colégio Imaculada Conceição, em Botafogo. Cinema, lanchonete, restaurante, o metrô, onde tantas e tantas vezes viajamos juntas. A loja das comprinhas, o shopping, o parquinho, o clube onde fazia natação. A praia de Botafogo onde ela foi atropelada, o hospital Miguel Couto, onde passamos as horas mais angustiosas de nossas vidas.
O cemitério São João Batista, onde repousam seus restos mortais. Até hoje cada um desses lugares me lembra alguma coisa de minha filha. Até hoje guardo as lembranças de seus abraços, seus chamegos, o cheirinho da sua pele, o calor, seu carinho e aconchego. Ana vivia literalmente pendurada em mim. Já grandona, maior que eu, mas sempre como se fosse meu nenê pedindo colo.
Saudade. Saudade. Saudade, minha Aninha.
Não fosse a minha fé e a convicção de que a vida não termina com a morte, não fossem os outros filhos que ainda precisavam de mim, acho que teria pirado. Além da família, o trabalho, a terapia e o estudo da doutrina espírita me deram forças para superar a separação e a falta da Ana Luisa.
Sou e serei eternamente grata ao meu Pai do Céu, porque fui agraciada com muitos sinais de que a separação é apenas temporária. Alguns dias após sua passagem entrei em seu quartinho que ficou inundado pelo cheiro de rosas. Instintivamente fui olhar pela janela. Naturalmente o cheiro não vinha de fora. O perfume intenso era só ali dentro.
Um mês depois, no grupo que eu freqüentava no Centro Seara Fraterna, minha filha se manifestou. Ainda meio confusa pela mudança abrupta e repentina, mas já consciente de sua passagem. Naquela noite, o buraco no meu peito que parecia uma ferida sangrando, mudou de aspecto. Continuava a doer, mas a certeza de que minha filha continuava e continua viva em alguma outra dimensão me trouxe uma nova perspectiva. A de que eu poderia chorar pela sua ausência, nunca pelo seu fim.
Dalí pra frente, algumas vezes vi, em outras pressenti, sua essência ao meu lado. No decorrer desses doze anos, recebi, por acréscimo de misericórdia, um bom número de mensagens dela. Uma das últimas foi através de um médium reconhecido, que foi fazer uma palestra num evento que eu apresentava. Sem que eu esperasse ou solicitasse, ele disse que via uma jovem ao meu lado – me descreveu exatamente minha filha - e que ela me apontava para ele dizendo: é esta aqui, ó.
Esta é que é a minha mãe. Quando me sentei, ele disse que ela sentou-se no meu colo. Entre as várias coisas no recado que me mandou, encerrou dizendo que as violetas (enceno a peça “Violetas na janela” há 11 anos) que ela cultiva onde se encontra, não serão colocadas na janela, e sim, serão usadas para fazer um tapete de flores para eu pisar quando chegar lá.
 
(Entrevista realizada pela Rede Amigo Espírita)
 
colaboração de Célia Regina

sábado, 8 de setembro de 2012

SENTINDO A POESIA


 

Preto Véio

 

Preto véio tá escutano
O que os outros vem dizê
Pra que ele tão bondoso
Possa ajudá resorvê

Sentado no seu banquinho
Com seu bastão pra escorá
De coração bem aberto
Pede em Deus nóis confiá

Preto véio, meu pretinho,
Que aqui na terra viveu
Sofreu que nem um danado
Nas mãos de um feitô morreu

Aprendeu com humildade
A calá sua razão
Nos momento de injustiça
Ouvia só seu coração

Por isto agora ele sabe
Compreendê mais que ninguém
Que a dor que a gente sofre
É pro nosso próprio bem

Cada marca do chicote
Fez su'alma iluminá
E hoje vive lá no Céu
Como uma estrela a brilhá
 
(desconheço o autor)

colaboração de Célia Regina

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

UM MINUTO DE ATENÇÃO!

 

          "Naquela tade, como de rotina, o Zé, vendedor de bilhetes da sorte, fazia sua visita àquela empresa.
          Homem franzino, despenteado e de vestes rotas, dentes malcuidados, barba rala, quase um mendigo, de tez morena e sorriso largo.
          Logo à porta, recebia a zombaria do porteiro, à qual retribuía com um garcejo. Mais adiante, era a voz dos rapazes, tudo igual a todo dia: Olá Zé da cana! Olá Zé da sorte! Olá Zé... Eram sempre chacotas de ambas as partes para rechear o momento com agrados passageiros, e o Zé fazia o papel de bobo da corte para obter o mínimo de aceitação e poder chegar à sua meta.
          Sua grande meta era Rosália, que se lhe comprava um bilhete e tinha o gesto incomum de permitir-lhe 'filar' um cafezinho no copo  branco e descartável. Nada havia de mais agradável ao Zé do que aquela experiência.
          - Obrigado, dona Rosália, amanhã eu volto, viu?
          - Por nada, Sr. José, estarei esperando.
          O que era o Zé? Todos sabiam se tratar de ambulante, mas quem era o Zé? Nunca ninguém indagou, nem sequer desejou fazê-lo. Quem era esse homem?
          Certa tarde, ele chega e tem uma tremenda decepção:
          - Cadê dona Rosália?
          Alguém sem nenhum interesse humano, responde-lhe que ela estará 15 dias afastada por problemas de saúde. E o Zé sai sorrindo e cantarolando, mas somente até o portão, porque tão logo ganhou a rua, ele começa a viver uma das experiências mais infelizes de toda sua existência.
          Durante 15 dias, o homem não mais apareceu, e ninguém o viu por lugar algum. Finda a quinzena, ele surge mais maltrapilho, odor fétido e sem o sorriso trivial:
          - Cadê dona Rosália?
          E com muita frieza ele recebe a resposta:
          - Dona Rosália morreu.
          - O que? Não pode ser verdade!
          - Sim, uma semana atraz ela faleceu.
          - Para de brincadeira! É brincadeira, não é?
          - Não Zé, não é; tanto que ela pediu para lhe entregar isso, quando se encontrava no leito do hospital.
          - Para mim?
          - Sim, é para você.
          Finda a conversa, o homem sai desconcertado e chocado, ao mesmo tempo em que a curiosidade o tomava relativamente quanto ao envelope deixado por Rosália.
          Ele o abre e depara-se com dezenas de bilhetes de loteria, e junto a isso um recado de Rosália, que dizia:
          - Meu bom Sr. José, a morte está próxima para mim, e não posso partir sem deixar de me lembrar de todas as pessoa importantes na minha vida. O senhor é uma delas. Devolvo-lhe todos os bilhetes que adquiri em sua mão e que nunca foram conferidos, pois apenas os comprava por saber o quanto eram significativos para sua dignidade. Desculpe-me por nunca ter lhe dado mais que isso, mas nunca desista de resgatar sua honra e lute pela vida. Rosália.
           O Zé saiu atormentado e com sentimentos indefinidos. Foi-lhe um dia difícil.
           José Pereira Altamirando, casado, pai de seis filhos pequerruchos, dono de pequeno pedaço de terra, saiu de seu estado nordestino quinze anos atrás e veio tentar a vida na capital com emprego arranjado, mas logo foi despedido. Tentou novas profissões humildes, o dinheiro acabou, não tinha onde morar, passou a viver nas ruas sem condições de regressar ao lar. Fez amizade com pessoas em condições semelhantes e a ilusão de conquistar algo o manteve, dia após dia, a tentar alguma coisa. Todavia, enquanto isso ocorria, a saudade dos filhos o machucava. Não sabia escrever corretamente, os dentes caíam, a saúde periclitava, o tempo passava, a dignidade se perdia...
          Quem é esse homem? Vamos saber?
          Sem se realizar física, afetiva, social e espiritualmente, amoldou-se à vida social dos indignos. Bebia para esquecer, fumava para aliviar, fazia-se de bobo da corte para viver e se tornou o Zé das loterias. Seu mundo íntimo em destroços.
          A rejeição social lhe impunha  a condição de um mendigo de rua, e recebia a amostra da insensibilidade humana. Policiais impiedosos lhe faziam zombaria ou o espancavam com seu grupo, acusando-os de roubo urbano.
          Então passou a mendigar, e a venda dos bilhetes era sua subsistência: um prato de almoço, sua cachaça, um banho semanal...
          Com o tempo, os sonhos se esvaíram e cederam lugar à realidade que ele teve de aceitar. A saudade transformou-se em sentimento enregelado, e a revolta converteu-se em atitudes de gracejos e trejeitos, a fim de que obtivesse a mínima aceitação de seu meio, em troca de ironias e sorrisos de escárnio.
          Esse é o verdaeiro Zé que ninguém conhecia, mas que Rosália sentia. Mulher piedosa e sensível, não enxergava nele o vendedor, todavia, um ser humano que, certamente, encontrava-se naquela condição não por escolha pessoal,  e sabia que pessoas assim têm profundas carências de respeito, afeto e atenção.
          Ela sabia que o Zé ia ali por causa dela, e tão somente por isso, mas ninguém se dava conta.
          Ninguém sabia, entretanto, que, assim como Rosália colecionou os bilhetes, o Zé colecionava os copos descartáveis de cada um dos dias em que esteve na repartição; e, noite após noite, sentindo uma saudade incomensurável, nessa altura do destrambelho emocional, nem sequer conseguindo identificar tratar-se desse sentimento, tomava a coleção dos copinhos e comçava a lembrar a imagem de Rosália, dos filhos, da sua terra, e a dor ia apertando a ponto de, sem ter noções exatas do que lhe ocorreria no mundo interior, não suportar e apelar para o seu anestésico alcoólico, para passar a dor, e então saía em atitudes teartrais e bizarras, tudo para fugir de si mesmo.
         Esse era o Zé, um homem que teve seu nome encurtado, sua dignidade afogada, sua identidade integral consumida pela força das pressões e agressões da sociedade, que apenas carimba-lhe de vendedor de bilhetes."

          Os ifortúnios ocultos estão ao nosso lado todos os dias, em todos os lugares.
          Saibamos ser um pouco da Rosália em todos os dias e em todos os lugares. As pessoas não estão querendo muito e nem precisam de muito; basta, quase sempre , um minuto de atenção. E que esse minuto seja usado para uma das ações mais terapêuticas do mundo moderno: levar o outro a sentir que pode ser útil e fazer algo de bom, mesmo na situação em que se encontra.

(trecho extraído do livro "Diferenças não são Defeitos" de Wanderley de Oliveira/ Ermance Dufaux -cap 22)



Colaboração de Célia Regina    

VIDA DE MÉDIUM

Pagode Sem Sanfona

 
 
 
       Desde que se tornara médium e fundara um centro no Sítio das Garças, onde morava, Osório não mais tivera tempo de visitar o amigo que residia a algumas léguas de distância.
       O trabalho era muito.
       Gente de toda banda começava a procurá-lo. 
       Desenvolvendo o dom da cura pela simples imposição das mãos, Osório, de fato, vivia agora assoberbado, dividindo o tempo entre a enxada na roça e a mediunidade no centro.
       A convite seu, que lhe mandara recado pelo caminhão leiteiro, Zeca montando um cavalo baio com que o próprio Osório lhe presenteara, chega ao Sítio das Garças para um almoço de um domingo ensolarado.
       Abraços e cumprimentos.
       Um bom papo, enquanto Dona Efigênia preparava aquele franguinho com arroz, tutu de feijão, quiabo e polenta.
       A sessão começaria às três da tarde.
       Mal Osório teria tempo para fazer o quilo, pois o pesssoal da redondeza e até de Lageado, a cidade mais próxima, começava a chegar.
       Zeca estava assustado com tamanha romaria.
       O amigo estava ficando famoso...
       Era carroça cheia de gente, bicicleta e até automóvel.
       Homens, mulheeres e crianças.
       Ao todo, Zeca contara só naquele domingo mais de duzentos...
       A reunião terminou quase meia-noite e o visitante quase não se aguentava mais de sono - de sono e de fome.
       Quando escureceu de vez, acenderam lampião, trouxeram lamparina...
       Lá dentro, Osório incorporado, atendia com paciência, um a um.
       Receitava plantas medicinais.
       Aconselhava o Evangelho.
       Era gente entrando e saindo, gente namorando lá fora, gente rezando lá dentro...
       Quando tudo terminou, estavam até sem janta -  se não fosse por um pedaço de bolo e um pão de queijo da comadre Efigênia, Zeca estaria com a barriga roncando - mas, dizámos, quando tudo terminou, com o seu jeito brejeiro de falar, Zeca, abraçando o cumpadre Osório, disse a ele deixando a dentadura à mostra:
       Cumpade, essa tar de mediunidade é um pagode... Virge Maria!...
       Sorrindo, como quem aos poucos, ia tomando tento da tarefa, Osório respondeu:
       - É um pagode mermo, cumpade, mas é um pagode sem sanfona...E ái de mim, se não subé dançá!...

                       (do livro Vida de Médium de Carlos Baccelli/Ramiro Gama)



*colaboração de Célia Regina



sábado, 1 de setembro de 2012

SENTINDO A POESIA

 
ESPERANÇA  MORTA 
Cora Coralina
 
 
...E enquanto se ouvir sobre a Terra
um gemido de dor,
Por discreto que seja,
A paz não passará de um sonho inatingível,
oculto entre as estrelas...
 
Enquanto se escutar um único lamento
Ecoando no mundo,
Na solidão da dor que promana,
Um desgosto profundo
Há de pairar na alma humana...
 
Enquanto o choro da orfandade
Altear-se ao longo dos caminhos,
Deixando em sobressalto os passarinhos,
Ninguém será feliz...
 
Enquanto soluçar o coração
Que mendiga alegria,
Não raiará o sol do Novo Dia
Que há muito a humanidade espera,
E nem haverá primavera...
 
Enquanto o pão, nos lares e nas mesas,
Não se houver, igualmente, repartido,
Em vão o homem clamará por Deus
Em seus lábios ateus...
 
Porque, enquanto a fé,
A que o Senhor da vida nos exorta,
Não transformar-se em prece em nossas mãos,
Nas ruínas do mundo sem amor
A Esperança, em seu berço, estará morta!...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 




 

PANORAMA DO ALÉM

No alem-túmulo o espírito descobre-se dotado de um corpo idêntico ao que carregou em sua última experiência terrena. Palpita-lhe o coração; arfam-lhe os pulmões; movem-se as pernas; os olhos recolhem as imagens, no processo de raios luminosos; seu tato, inteiramente vivo; sua audição é a que sustentava na Terra; o chão é sólido e palpável; portas e paredes oferecem-lhe resistências. Os seus problemas psíquicos continuam profundamente reais... Tem rasgos de piedade e momentos de cólera. Sente ciúmes e impulsos do sexo.
       Descobre povoações e cidades, com hospitais e escolas, com grupos de socorro e hordas de malfeitores, com lares organizados e famílias constituídas.
       Apenas o que entre os homens era força de expressão, lá corresponde a uma realidade inenarrável e amrgosa, ou deliciosa e sublime.
       - Ele se afundou na lama dos vícios!
       O viciado efetivamente encontra-se mergulhado numa lama proviniente se suas emanações mentais desequilibradas.
       - É um monstro de maldade!
       A transfiguração perispiritual das almas compromissadas em crimes conhecidos ou ignorados da justiça comum, imprime no criminoso o entalhe grotesco da animalidade inferior a que se une.
       - É bonita por fora, mas por dentro...
       Criaturas tais, modelos de beleza física e desequilibradas morais, despojadas do corpo físico, surgem como bruxas  fantasmagóricas, enlouquecidas pelos desejos insanos e pela deformação do caráter.
       - Um anjo de bondade!
       Define bem, essa afirmação, a situação na espiritualidade de almas plenas de ternura, em que o amor promana de si espontaneamente, embora sua posição social, seus recursos financeiros, sua cultura acadêmica nem sempre tenham sido os mais avantajados.
       O panorama visto no Além é o mesmo da sociedade humana atual, com seus problemas e com suas soluções, apenas sem a máscara da carne que nos abençoa em nossas explosões de cólera ou em nossos ensaios de humildade, em nosso egoísmo doloroso ou nas demonstrações de nosso amor.
       As escolas de aprendizagem e os grupos de trabalhos no Além, não chegam a atrair compulsoriamente os Espíritos, já que se lhes respeita o livre arbitrio e já que toda elevação depende do anseio que o próprio homem permite germinar em seu coração. Assim como entre nós muitos se entregam às práticas violentas, às cenas de sangue para o exercício de suas emoções indisciplinadas, também no Além se repete a sustentação de seus pendores e de suas tendências normais.
       A Espiritualidade não é uma região circunscrita e determinada no espaço. Significa apenas: além-carne, além-corpo e geograficamente começa dentro de nosso próprio lar, nas oficinas de trabalho, nos salões das sociedades, nas classes escolares, nos antros de vícios, localizando-se os Espíritos nos recintos que edificamos para nossas atividades cotidianas.
       O CONHECIMENTO DESSE PANORAMA É IMPORTANTE!
 
(do livro Doutrinação/Roque Jacinto/lição2) - colaboração de Célia Regina