terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A IMPORTÂNCIA DA REUNIÃO DE DESOBSESSÃO



"A evocação dos Espíritos vulgares tem, além disso, a vantagem de nos pôr em contacto com Espíritos sofredores, 
podemos aliviar e cujo adiantamento podemos facilitar, por meio de bons conselhos. Todos, pois, nos podemos tor-
nar úteis, ao mesmo tempo que nos instruímos. Há egoísmo naquele que somente a sua própria satisfação procura
nas manifestações dos Espíritos, e dá prova de orgulho aquele que deixa de estender a mão em socorro dos desgra-
çados." (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec).

Reunião de desobsessão: oásis de refazimento espiritual. Pronto-socorro de Espíritos sofredores. Hospital de amor para os doentes da alma.
O aposento destinado à reunião de desobsessão é, dentro do Templo Espírita, o local onde são medicadas, mais diretamente, as almas.
É a este ambiente apropriado, revestido de vibrações adequadas e que requer cuidados especiais da Espiritualidade Maior, que são trazidos os enfermos do espaço, para receberem o tratamento do amor. Nenhuma outra medicação existe, mais adequada e nem mais bem indicada. As chagas morais; as dores que estão insculpidas no âmago do ser; a tortura do ódio que abrasa aquele que o alimenta; o coração que renegou a Deus e que se apresenta enjaulado dentro de si mesmo; o suicida que se sente morrendo e vivendo em dores superlativas; o infeliz acorrentado às grilhetas do vício; todos, enfim, que representam o cortejo das agonias humanas, só alcançarão alívio e tratamento, resposta e orientação na medicação universal do AMOR!
Assim, deduz-se que a reunião de desobsessão só alcançará produtividade e êxito nos seus trabalhos quando toda a equipe encarnada aprender a cultivar este "medicamento" no seu próprio coração, para doá-lo aos que dele necessitam. A equipe espiritual que dirige a equipe terrena, por certo, aguarda essa cooperação alimentando esperanças quanto à nossa atuação.
Em razão das imperfeições que ainda carregamos, as nossas quotas de amor desinteressado e puro são, por ora, bastante diminutas. Por isto há que somá-las às dos companheiros de equipe e, essencialmente, serem reforçadas pelas dos mentores. Nesta ocasião, mergulhados nas bênçãos do Alto, que são bem mais abundantes do que em verdade merecemos, as nossas almas se renovam, tanto quanto os Espíritos que ali aportam - já que necessitados todos nós ainda o somos - refazem-se e reabastecen,,-se para as lutas da vida e se fortalecem ante a tarefa de reforma interior, fundamental em nossa própria libertação moral.
Somente quem já participou, com regularidade, de uma reunião de desobsessão é que poderá avaliar a extensão, a profundidade e a beleza de trabalhos dessa natureza. Aí, nenhuma reunião é igual à outra. Isto porque em cada uma delas vêm sucessivos Espíritos, cujas personalidades jamais são idênticas entre si. Logo, se as sessões tratam dos problemas e casos que eles apresentam, todas elas são diferentes. Tal o motivo pelo qual as reuniões produtivas, sérias, não apresentam repetições e nem poderia ser tachadas de monótonas. Simplesmente porque elas não o são! Todas oferecem peculiaridades, as mais diversas situações e - por que não dizer? - interessantes. Reações inusitadas que ocorrem com os participantes e com os que se manifestam proporcionam permanente aprendizado.
Fique bem claro que não nos estamos referindo a excentricidades. Mas, a minúcias das personalidades dos comunicantes, situações e dramas que se desenrolaram ou que se desenrolam ainda. Tal diversidade apresenta-se, porém, num contexto organizado, controlado, que é o esquema dentro do qual se desenvolvem os trabalhos, obedecendo sempre à orientação apresentada por Kardec em O Livro dos Médiuns. As facetas e nuanças diferentes correm por conta dos Espíritos que se manifestam e do que narram ou demonstram de seus problemas. Cada caso é um caso, já se disse.
Nestes anos em que participamos de reuniões mediúnicas de desobsessão nunca as achamos monótonas ou repetitivas. Ao contrário, cada uma delas trouxe-nos lições e experiências que são constantemente renovadas. É evidente que são mais ou menos produtivas, dependendo das circunstâncias (principalmente no tocante aos encarnados). E algumas, muitas mesmo, são belíssimas, comoventes, trazendo-nos inesquecíveis momentos de espiritualidade sublime.
Para os encarnados tais reuniões são de extrema utilidade, pois ali não somente colhem ensinamentos, mas, sobretudo, exemplificações, lições vivas que nos marcam profundamente e nos acordam para nossas crescentes responsabilidades, ao mesmo tempo em que nos identificamos com os dramas descritos pelos comunicantes, sentindo que eles são nossos irmãos em Humanidade e que suas dores são também nossas. A sensibilidade vai sendo apurada, tornamo-nos a cada dia mais sensíveis aos sofrimentos alheios e melhores, mais humanos, enquanto afloram ao nosso coração os mais belos sentimentos de solidariedade, caridade e amor. Refletindo-se em nossa vivência diária, tais atitudes serão extremamente benéficas, capacitando-nos a uma sintonia espiritual mais elevada.
Os trabalhos desobsessivos são visivelmente úteis aos participantes do plano físico e são também muito valiosos para os desencarnados. André Luiz relata que um número muito grande de criaturas, ao abandonar a veste carnal, mostram-se inconformadas com a nova situação que enfrentam e são tomadas de mórbida saudade do ambiente terrestre, ansiando a todo custo pelo contacto com as pessoas encarnadas, de cujo calor humano sentem falta. A sala onde se realizam os trabalhos mediúnicos representa para tais seres a possibilidade de entrarem em contacto com os que ainda estão na Terra e de receber destes as vibrações magnéticas de que carecem. "(...) Com semelhante contacto, experimentam o despertar de forças novas." (Os Mensageiros, André Luiz).
Nunca será demais enfatizar-se a seriedade de que se deve revestir um labor dessa natureza. Motivo pelo qual ele não é um trabalho para principiantes, visto que exige dos participantes: exata noção da gravidade dos momentos que ali serão vividos e que estejam preparados, através de um longo período de adestramento a fim de corresponderem às expectativas do Alto da melhor maneira possível. Por isto é que jamais devem ser abertos ao público.
A sala reservada para tais atividades foi comparada por André Luiz a uma sala cirúrgica, que requer isolamento, respeito, silêncio e assepsia, onde só entram os que se prepararam antecipadamente. Como também é isolada de olhares indiscretos e curiosos. Assim acontece no abençoado ministério da desobsessão. Lembremo-nos sempre de que os que ali aportam, para receber atendimento, são seres humanos como nós, apenas desligados da máquina fisiológica, e que comparecem para falar de suas dores, problemas íntimos e pessoais. É, portanto, um trabalho da maior gravidade, onde um irmão vem expor as suas chagas morais, devendo todos os presentes estarem imbuídos de toda a seriedade e respeito e, fundamentalmente, predispostos a doar amor.
Reuniões de desobsessão: pronto-socorro espiritual; hospital de Espíritos! Um trabalho que só o Espiritismo pode oferecer à Humanidade! Abençoadas sejam!

                                    Suely Caldas Schubert


A CARIDADE DA DESOBSESSÃO



A importância dos trabalhos de desobsessão na Assistência Social Espírita
Dr. Ary Lex – Fonte: jornal “Unificação”

O volume da assistência social espírita tem crescido, ano a ano, mas nem sempre os resultados podem ser considerados satisfatórios.
Por vezes, tais insucessos resultam da falta de conhecimento dos problemas que a assistência social envolve, por parte dos esforçados trabalhadores da seara. Nos arraiais espíritas, têm sobrado boa vontade e idealismo, mas raramente encontramos aqueles conhecimentos técnicos indispensáveis ao exercício de uma assistência social correta.

É hoje ponto pacífico que a assistência não pode mais se limitar a alimentar e vestir o necessitado.
É indispensável conhecermos as razões que o levaram a ser um desajustado, um marginal, um infeliz e procurarmos removê-las, dentro das possibilidades.
É preciso procurar reintegrar o assistido na sociedade, como elemento equilibrado e operoso. Evidentemente, é esse um trabalho cheio de dificuldades.

Dentre os assistidos, grande número apresenta perturbações mentais, causadas por obsessões de espíritos desencarnados, ou mais freqüentemente ainda, por auto-obsessões.
 Pois bem, tais pessoas não se beneficiarão dos cuidados a elas prestados, se antes não forem curadas de seus distúrbios psíquicos. De nada valerão ensinos e conselhos dados a quem não tem a capacidade para assimilá-los.

Na maioria das vezes, trata-se de dois espíritos que vêm associados há várias encarnações, ligados por sérios compromissos do passado.
Espíritos que juntos erraram e que pesados débitos acumularam. Seres que se hostilizaram, que se lesaram um ao outro física e moralmente e que ainda conservam rancor recíproco.
Por vezes, a atual vítima foi algoz do atual obsessor, na última encarnação. Assim, o obsedado nem sempre é tão sem culpa, tão injustiçado, como nos parece.

Pode tratar-se de associações que perduram por muito tempo. Forma-se uma afinidade vibratória entre ambos. Quando um se encarna, o desencarnado é por ele atraído e se aproxima. Estando ambos em etapa evolutiva vizinha, há recepção das emoções, pelo desencarnado.
Compraz-se quando o outro se entrega aos vícios e às perversões. Como André Luiz nos ensina (Sexo e Destino), bebe o álcool junto com o encarnado e o estimula a tomar novas doses. Goza com seus excessos sexuais, e assim por diante.

Uma associação desse tipo não se desfaz como por encanto, mediante uma simples preleção por melhor que seja, dirigida ao espírito desencarnado. Este poderá compreender os conselhos e até querer segui-los, mas não terá forças para tanto, eis que se sente manietado, preso no âmbito vibratório de seu comparsa.

A terapêutica da obsessão consistirá muito mais em doutrinar o encarnado do que o chamado obsessor. E não se pense que tal doutrinação seja rápida e fácil. O trabalho é duro, penoso, cansativo. Poderá levar meses ou anos. Exigirá um descortino muito grande do orientador dos trabalhos, muita serenidade, muita paciência e também muito auxílio do plano espiritual. Tudo isso é necessário, porque precisaremos modificar radicalmente a mentalidade do obsedado; ajudá-lo a libertar-se de seus vícios e de suas imperfeições.

Mesmo que não se trate de uma dessas associações que vêm de um longínquo passado; mesmo que se trate de obsessores eventuais, que encontraram um homem com capacidade receptiva adequada, ainda assim não será fácil curar o obsedado. Se ele não se modificar, um obsessor será afastado, mas outros virão, na certa. A porta continuou aberta e novos visitantes chegarão.

A experiência tem mostrado que, em numerosos casos de perturbações espirituais, não há um espírito desencarnado atuando. O que existe é uma auto-obsessão.
O espírito veio de outras encarnações com grandes dividas, que exigem sua remissão através da dor e de duras provas.
Ele as escolhe e aceita a reencarnação. Durante a vida corporal, algumas reminiscências podem aflorar ao seu subconsciente e o indivíduo as sente como uma sensação de culpa.
Nas pessoas com certo domínio emocional, essas inibições e angústias são superadas através de uma atividade construtiva. Porém, nos espíritos cuja organização perispiritual vem intoxicada pelas conseqüências das más paixões e ações do passado, aquelas reminiscências vagas passam a transtornar o equilíbrio mental.
A mente se volta para si mesma, em vez de se projetar em atividades úteis.
 A pessoa passa a se isolar, passa a fugir dos outros e a interpretar as reações deles como hostilidade à sua pessoa. Torna-se um doente mental.
Como apresenta interpretações delirantes e até alucinações auditivas e visuais, passam a considerá-lo vítima de espírito perseguidor, quando, na realidade ele é vítima do seu próprio descontrole ideativo.

Vemos, por aí, como é difícil o campo das perturbações mentais e obsessões.
A terapêutica da obsessão só poderá ser feita por equipes de espíritas que tenham profundos conhecimentos doutrinário e alto valor moral. Só assim poderão receber, no momento oportuno, o precioso auxilio que os nossos instrutores desencarnados nos podem dar. Mas querer enfrentar o problema sem estar devidamente aparelhado é caminhar para o fracasso e o ridículo.

É indispensável que trabalhos de desobsessão muito bem orientados, sejam incorporados às tarefas de assistência social espírita. Os assistidos receberão os cuidados que seu organismo necessitar, mas simultaneamente deveremos nos preocupar com a recuperação das mentes enfermas, que existem em tão alta porcentagem entre os infelizes que batem às portas das instituições espíritas.

Transcrição de Sebastião Bugolin
http://www.use-smp.com.br











































Colaboração de Celia Regina