sábado, 9 de novembro de 2013

SEGUNDO O LIVRO DOS ESPÍRITOS

                        Obsessão Complexa



Há pessoas animadas de boas intenções e nem por isto menos obsediadas; qual o melhor meio de se livrar dos espíritos obsessores?
-Cansar-lhes a paciência, não dar nenhuma atenção às sua sugestões, mostrar-lhes que perdem tempo; então, quando eles veem que nada têm a fazer, retiram-se.
                                         ("O Livro dos Espíritos" , questão 478)




       No capítulo da obsessão, é óbvio que precisamos considerar os casos mais complexos, com os quais não é tão fácil lidar.
obsessões calcadas no ódio e no desejo de vingança são dramas que, não raro, se estemdem por muitas existências, envolvendo seus infelizes protagonistas.
       A obsessão pertinaz pode, inclusive, de modo indireto, levar o obsediado à desencarnação, minando-lhe ao longo do tempo, as defesas orgânicas.
       Isso sem mencionarmos os casos em que o algoz desencarcarnado sugestiona a vítima para que extermine a vida de seu corpo físico.
       Em qualquer situação, porém, abstenhamo-nos de julgar a situação de quem se encontra encarnado ou não, compreendendo serem todos os que se encontram envolvidos em tramas tão dolorosas, com raízes em vidas pregressas, credores de nossa piedade.




       Neste ou naquele lance de renitente animosidade espiritual, rotulado de obsessão, tanto quem se investe no papel de verdugo quanto quem se vê na condição de vítima não tem razão.
O mal que busca a reparação do mal é fogueira que não se extingue.



       Tão-somente o amor é capaz de cobrir multidão de pecados!...
       O sentimento de ódio de um espírito em relação a outro pode deter-lhe, por séculos, a marcha evolutiva, encarcerando-o em seus pesadelos.
       O problema de quem não perdoa é muito pior que o de quem não é perdoado.
       A Lei Divina sempre impõe limites ao mal, e existem casos em que o obsessor tem seu livre arbítrio suspenso por ele, principalmente quando extrapola nas supostas razões em que se justifica.



       Existem situações em que o espírito obsessor aguarda, pacientemente, a fragilidade física e psicológica do alvo de seu ressentimento, para então, desferir-lhe implacável golpe. Por esse motivo, é relativamente comum que problemas espirituais apareçam na fase senil da criatura encarnada.
       Para que muitos espíritos descansem das perseguições que sofrem no Mais Além, por parte daqueles aos quais feriram,  a Misericórdia Divina determina serem internados no corpo de carne, concedendo a obsidiados e obsessores indispensável trégua, a fim de reformularem os seus pensamentos.
       Todavia, quando não há mérito, pelo menos em uma das partes da trama obsessiva, o ódio persegue e encontra aquele que esteja intentando se furtar à responsabilidade das ações cometidas contra a felicidade do próximo.



       Vítima e algoz, por mais se repilam, são candidatos potenciais à mesma descendência consanguínea.



       As obsessões de natureza simples podem ser combatidas, sim, através da oração e da ocupação do tempo ocioso nas tarefas do bem; no entanto, as  de características mais complexas requisitam maior dose de paciência, de tolerância e, sobretudo, de amor, requisitando ainda a participação de todos quantos anseiam pelo equilíbrio e pela paz daqueles que tentam se libertar.
                                                                     IRMÃO JOSÉ/ CARLOS BACCELLI                                                                                                                                                                                                       

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