terça-feira, 21 de maio de 2013

CONVERSANDO COM OS MÉDIUNS

                       O Médium Homossexual
Sem dúvida, a imperfeição moral do medianeiro interfere na sua produção mediúnica, todavia, não devemos nos transformar em censores da vida alheia.
Todo companheiro de Doutrina deve ter o direito de trabalhar na casa espírita e, antes de efetuarmos qualquer julgamento sobre quem quer que seja, reflitamos na advertência do Cristo: "Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado."
A rigor, os dirigentes espíritas nada têm a ver com a vida pessoal do médium. Fazemos semelhante afirmativa porquanto temos acompanhado a discussão em torno dos nossos irmãos médiuns cujas opções sexuais fogem aos padrões aceitáveis pela sociedade. Ora, se as imperfeições morais do medianeiro somente a ele têm prejudicado, inclusive prejudicando suas faculdades mediúnicas, não podemos impedir a ele o acesso ao trabalho - ao trabalho através do qual se fortalecerá e, com empenho e boa vontade, se auto-superará.
O preconceito contra a condição sexual dos médiuns necessita ser combatido, mesmo porque existem deficiências espirituais muito mais comprometedoras para o espírito. Por exemplo, quantos não estão na homossexualidade, mas se complicam fora do casamento, fugindo à responsabilidade do lar; quantos outros se envolvem em negócios ilícitos, consentindo que a ambição os domine; quantos, de alguma sorte, tiram proveito da sua condição de médium para obterem o que desejam!...
Alguns companheiros encarnados referem-se à questão da vibração, aventando a hipótese dos sensitivos em luta com a homossexualidade serem transmissores de fluidos negativos, enfermiços mesmo. Todo pensamento infeliz é um emissor, em potencial, de fluidos deletérios. Mas, ainda aqui, o que é necessário analisar é sinceridade de propósitos do medianeiro.  Nesse sentido, um médium homossexual, mas com suficiente amor no coração para socorrer os desvalidos, pode estar em condições espirituais do que um outro moralista, de conduta intolerante e intransigente. Jesus, falando aos fariseus, afirmou  que as prostitutas haveriam de precede-los no Reino dos Céus...
O recinto da casa espírita é sagrado, a tarefa carece de ser respeitada, mas, sendo sinceros, não vemos qualquer impedimento, de natureza alguma, para que o médium que tenha a sua homossexualidade declarada seja censurado no seu trabalho. O que ele deve saber é se comportar no grupo; é aqui que entra o papel do dirigente espírita, que, vigilante, zelará pelo bom andamento das atividades mediúnicas. Quando o médium, com problemas sexuais à mostra-dizemos assim, porquanto são inúmeros os que permanecem no anonimato-extrapola, cabe ao dirigente da casa intervir, como lhe cabe intervir quando outros médiuns, com outros tipos de problemas, comprometam o trabalho.
Em nossa opinião, o médium na prova da homossexualidade, desde que se revele digno do compromisso mediúnico assumido, pode perfeitamente cooperar na transmissão do passe, atuar na psicofonia, na psicografia, na mediunidade de cura, enfim, proferir palestras doutrinárias, participar da diretoria da casa...
Se analisássemos a nós mesmos em profundidade, é possível que nossas imperfeições morais-honestamente detectadas por nós, nos impedissem, com raras exceções, de desenvolver qualquer atividade espírita.
Assim com existe mediunidade missionária, existe a mediunidade de prova.
Acolhamos a todas, sem distinção de suas lutas, em nossos templos de fé, como Jesus a  ceitou em sua companhia as mulheres decaídas e aqueles que as haviam prostituído, os avarentos e os criminosos, os traidores e os frágeis na fé.

(Lição do livro Conversando com os Médiuns, de Odilon Fernandes/psicografia de Carlos Baccelli)












Colaboração de ceres

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