domingo, 18 de novembro de 2012

REFORMA ÍNTIMA




Como Conhecer-se

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelo esforço que empreende no domínio de suas más inclinaçóes."
(Allan Kardec, O Evangelho Segundo o ESpiritismo, cap XVII, Sede Perfeitos, ítem Os Bons Espíritas.)


A disposição de conhecer-se a si mesmo pode surgir naturalmente como fruto do amadurecimento de cada um, de forma espontânea, nata, resultante da própria condição espiritual do indivíduo, ou poderá ser provocada pela ação do sofrimento renovador que, sensibilizando a criatura, desperta-a para valores novos do espírito. Uns chegam pela compreensão natural, outros, pela dor, que também é um meio de despertar a nossa compreensão.
Um grande número de indivíduos são levados, devido a desequilíbrios emocionais, a gabinetes psiquiátricos ou psicoterápicos para tratamentos específicos. Através desses tratamentos, vêm a conhecer as origens de seus distúrbios, aprendendo a identificá-los e a controlá-los, normalizando, até certo ponto, a sua conduta.
Porém, isso ocorre dentro de uma motivação de comportamento compatível com os  padrões de algumas escolas psicológicas, quase todas materialistas.
Na Doutrina Espírita, como Cristianismo Redivivo, igualmente buscamos o conhecimento de nós mesmos, embora dentro de um sentido muito mais amplo, Segundo o qual entendemos que a fração estrna e indestrutível de nosso ser só caminha efetivamente na sua direção evolutiva quando pautando-se nos ensinamentos evangélicos, únicos padrões condizentes com a realidade espiritual nos dois planos de nossa existência.
É preciso, então, despertar em nós a necessidade de conhecer o nosso íntimo, objetivando nossa transformação dentro do sentido cristão original, ensinado e exemplificado pelo Divino Mestre Jesus.
Conhecer exclusivamente sa causas e as origens de nossos traumas e recalques, de nossas distonias emocionais nos quadros da presente existência é limitar os motivos de nossos conflitos, esquecendo a realidade das nossas existências anteriores, os delitos transgressores do ontem, que nos vinculam aos processos reequilibradores e aos reencontros conciliatórios do hoje.
As motivações que nos induzem a desenvolver a nossa remodelação de comportamento projetam-se igualmente para o futuro da nossa eternidade espiritual, onde os valores ponderáveis são exatamente aqueles obtidos nas conquistas nobilitantes do coração.
Percebendo o passado longínguo de erros, trabalhamos livremente no presente, preparando um futuro existencial mais suave e edificante. Esse é o amplo contexto da nossa realidade espiritual,  á qual almejamos nos integrar atuantes e produtivos.
O emérito professor Allan Kardec, em sua obra O Céu e o Inferno 1ª parte, cap VII, mostra, nos ítens 16º do Código Penal da Vida futura, que no caminho para a regeneração não basta ao homem o arrependimento. São necessárias a expiação e a reparação, afirmando que: "A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal.", e também "praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se tem sido orgulhoso, amável se foi rude, caridoso se foi egoísta, benigno se perverso, laborioso se ocioso, útil se foi inútil, frugal se intemperante, exemplar se não o foi".
Como podemos nos reabilitar, dentro dessa visão panorâmicada nossa realidade espiritual, infinitamente ampla, é o que pretendemos, à luz do Espiritismo, abordar neste trabalho de aplicação prática.
Reabilitar-se exige modificar-se, transformar o comportamento, a maneira de ser, de agir; é reformar-se moralmente, começando pelo conhecimento de si mesmo.
Múltiplas são as formas pelas quais vamos conhecendo a nós mesmos, nossas reações, nosso temperamento, o que imprime as nossas ações ao meio em que vivemos, aquilo que é a maneira como respondemos emocionalmente, como reagimos aos inúmeros impulsos externos no relacionamento social.
Podemos concluir que as nossa existência é todo um processo contínuo de reformulação de nossos próprios sentimentos e de nossa compreensão dos porquês, como eles surgem e nos levam a agir.
Quando não procuramos deliberadamente nos conhecer, alargando os campos de nossa consciência, dirigindo-a rumo ao nosso eu, buscando identificar o porquê  e a causa de tantas reações desconhecidas, somos igualmente levados a nos conhecer, exatamente nos entrechoques com aqueles do nosso convívio, no seio familiar, no meio social, nos setores de trabalho, nos transportes coletivos, nos locais públicos, nos clubes recreativos, nos meios religiosos, enfim, em tudo o que compreende o contato de pessoa a pessoa.
Nos capítulos seguintes veremos "O Conhecer-se pela dor", "O conhecer-se pela auto-análise" e alguns meios práticos para realizarmos individualmente e em grupos a transformação que se inicia com a prática do conhecimento de nos mesmos.

(do livro Manual Prático do Espírita/Ney Prieto Peres)




Colaboração de Célia Regina












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